Hoje meu dia começou de forma incomum, na minha lista de afazeres fui para o meu primeiro compromisso do dia: tocar em um presídio. Depois de alguns imprevistos, chegamos ao presídio feminino, um dos pastores da Igreja que frequento e eu. É uma realidade paralela, meio suja, meio pesada, um tanto triste, mas não é disso que eu quero falar. Depois que ministrei algumas músicas, tocando e "tentando" cantar, o Pr. abriu a Bíblia numa das parábolas mais conhecidas do novo testamento e enquanto ele falava, eu não conseguia parar de pensar que eu precisava ouvir essa Palavra, era para as mulheres, presidiárias, foi para elas que ele preparou, mas... a Palavra é como aquela espada de dois gumes que corta de um lado e de outro nosso coração para abrir espaço para Deus entrar.
Ele falou da Parábola do semador, que saiu a semear suas sementes que eram todas boas, mas por causa das condições da terra em que algumas sementes cairam, estas não nasceram. O que me chamou a atenção é que ele começou a usar uma palavra constantemente enquanto explicava a parábola para aquelas mulheres: PERDÃO. Falando das sementes que cairam em pedregais e em meio a espinhos, ele começou a dizer que esse tipo de terra muitas vezes era igual ao nosso coração, foi o que Jesus explicou também, mas ele fez outra comparação, disse que muitas vezes nosso coração está como pedra por causa de pessoas que passaram em nossas vidas, que nos machucaram, nos feriram, e por isso ele foi se endurecendo, para se proteger, e acabamos tendo corações transformados em pedra, da mesma forma as vezes nossos corações são como aquela terra cheia de espinhos, por causa também de pessoas e experiências frustrantes, nosso coração se enche de espinhos que ficam ali cravados, doendo, machucando, e enquanto eles estão cravados, não conseguimos direcionar nossas energias para mais nada, imagina, se uma farpa de madeira entra em um dedo já incomoda, que dirá espinhos cravados, nossa atenção fica focada e não conseguimos ter espaço para outra coisa a não ser para aquela dor. E mais uma vez ele usou aquela palavra: PERDÃO. C.S. Lewis tem uma máxima sobre isso: "Todos dizem que o perdão é uma idéia maravilhosa até que elas possuam algo para perdoar." e é verdade, perdoar é algo difícil, eu diria que é um processo e geralmente longo, ao mesmo tempo é uma escolha, e como escolha parte da razão e não de sentimentos. Difícil ou não, é a solução para corações de pedra e cheios de espinhos, é o fertilizante para terra endurecida, é o que pode fazer uma terra infértil dar frutos de novo. O que é melhor? conseguir dar frutos ou ser estéril? o que te fará livre? perdoar ou alimentar o sentimento de vingança e indignação? Creio que Deus quer que usemos um fertilizante chamado perdão para que Ele possa nos fazer frutificar de novo, pra que toda semente boa que for plantada: fé, esperança, alegria, amor, possa nascer, crescer e dar frutos. Deus é justo e fiel, e Ele fará justiça para as injustiças que você e eu sofremos, por isso Ele quer te ver livre, quer que você entregue a Ele o que é Dele: o poder de fazer justiça verdadeira e o seu coração endurecido para que Ele transforme de novo em coração de carne. Que possamos usar esse fertilizante chamado perdão nas partes endurecidas dos nossos corações. Um abraço, Sua Sempre.
Cá do meu lado do Mississippi, chamamos Deus de dEUs... mas ulteriormente... bem ulteriormente, a idéia é a mesma...
ResponderExcluirDesculpa a pergunta, mas... de psicólogo para psicóloga, a religiosidade impacta o teu posicionamento profissional?