sábado, 24 de julho de 2010

QUE NOS ENSINEM AS BORBOLETAS

"Ah, as Borboletas..." Porque será que existe tanto fascínio por esses belos seres multicoloridos? Devem ter centenas, quem sabe milhares de livros escritos com metáforas envolvendo a vida das boboletas. Parece que a Natureza é a mais sábia escola para a vida, um exemplo dessa verdade está na paz que encontramos ao nos isolar em algum refúgio natural, longe da selva de pedra das cidades, em meio a vida natural da rica fauna e flora terrestre, essa paz não deve ser sem explicação. Davi cantou que "os céus e a Terra anunciam a obra das mãos de Deus". Como um ser tão singelo como uma borboleta pode nos fazer pensar tanto sobre nós mesmos e a vida aqui na terra, talvez seja porque como em toda a criação, nesses seres estão também impressas marcas do Criador, afinal, a obra de um artista, de um inventor, de um Criador carrega em sua essência, muito deles mesmos, muito Dele mesmo. Tantas pequenas lições se escondem nas cores de uma borboleta, e especialmente no seu ciclo de vida... Primeiro o Ovo, a larva em seguida, a pupa dentro do casulo e finalmente o imago com a borboleta mais bela saindo do casulo. A importância do Processo e do respeito a esse talvez seja uma das coisas mais profundas que aprendemos com as borbletas. É um contraste aprender com as borboletas sobre a importância de se respeitar o processo vivendo no mundo do fast tudo, em que tudo é pra ontem, anteontem, time is money, enfim, não se tem tempo a "perder". Mas será o tempo do Processo pelo qual passam as borbletas um desperdício? O Processo de repousar em um casulo quando ainda é um ser estranho e a metamorfose que sofre se transformando num dos mais belos seres da natureza deixa claro que ela não perdeu nem desperdiçou nada por respeitar o processo e gastar tempo com isso. As vezes a vida pede um pouco mais de calma, e o corpo um pouco mais de alma, como diz a canção. Quem sabe tenhamos ao longo da vida esses momentos de entrar no casulo e repousar, deixando que o tempo faça seu trabalho naturalmente em nós, até que estejamos prontos pra sair novamente, muito mais belos, muito mais livres, e até sabendo voar. Que nos ensinem as Borboletas... Sua Sempre.

No mistério do sem-fim
Equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta

Cecília Meireles

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