E DEPOIS DA MORTE?

Não sei você, mas eu tô ficando velha... Vez por outra encontro um cabelo branco nos meus muitos fios de cabelo, e é ainda "pior" quando encontro pessoas que hoje estão maiores que eu, que um dia eu carreguei no colo e troquei a fralda... É... o tempo está passando, e depressa. Philip Yancey, logo no começo do seu livro: "Descobrindo Deus nos lugares mais inesperados" nos lembra de uma coisa importante: Vamos morrer! Cedo ou tarde, velhos ou jovens, como diz o velho clichê, "a morte é a única coisa certa da vida" e ela vai chegar. Então, quando se para pra pensar na morte, aquele velho mistério que assombrava  (porque hoje parece não assombrar tanto) a raça humana dá um grito: E DEPOIS DA MORTE? Passamos tanto tempo pensando na vida que esquecemos de pensar na morte. Salomão em sua sabedoria já advertia: "Melhor é ir à casa onde há luto do que ir a casa onde há banquete; porque naquela se vê o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração." Ec. 7:2. Mas eu concordo com Philip Yancey, nossa geração está fugindo da morte e de pensar nela, nunca o corpo foi tão cultuado como hoje. Aqui na cidade onde eu moro, quase tem mais salões de beleza e academias do que pessoas na cidade. Nada contra a ter hábitos saudáveis, cuidar de si, estar bem consigo, enfim... Sou a favor. O problema está no culto, na idolatria, como Yancey observou, Academias tem se tornado templos: "A academia é um templo moderno completo, com ritos de iniciação e rituais elaborados, seus objetos de adoração à mostra de forma constante e gloriosa." Cirurgias plásticas e outras técnicas médicas ultra modernas também tentam esconder os sinais do tempo e a aproximação da morte. Nas Igrejas também, a moda é pregar aquilo que podemos ganhar enquanto estamos vivos, se fizermos tudo "direitinho" Deus vai nos abençoar, vamos ser felizes, ter isso e aquilo. Muito pouco se prega sobre o céu e o inferno e sobre o fim de todos nós. Mas eu sei como é, eu também gosto de viver, a vida tem tantas belezas e cores. Eu gosto de ser jovem e os prazeres que isso traz. Mas a verdade é que, todos nós estamos dia a dia indo embora dessa terra. E infelizmente estamos esquecendo de pensar nisso. Pensar na morte nos motiva a viver melhor, a aproveitar melhor o tempo que temos, a pensar nas nossas falhas e querer mudar, porque afinal, a vida por aqui acontece uma vez só. Pensar na morte traz temor ao nosso coração, porque certamente você assim como eu, tem uma sensação muito forte, de que nós não fomos feitos pra morrer, que tem que existir algo além. E existe. E se vamos morrer, o que será depois? Espero que possamos todos nos encontrar ao lado Daquele que nos criou pra vivermos aqui e eternamente pra Ele, com fidelidade, benignidade e um coração grato. Deixo um trecho e a recomendação de leitura do Livro do Yancey... Um Abraço, Sua Sempre.

"Certa vez, enquanto pedalava em direção a lugar nenhum numa bicicleta computadorizada, pensei no comentário de Kierkegaard de que o conhecimento sobre a morte é o fato essencial que nos distingue dos outros animais. Olhei à minha volta, para a sala de ginástica, me perguntando se nós, seres humanos modernos, somos assim tão diferentes dos outros animais. A atividade frenética da qual estava participando naquele momento era meramente mais um jeito de negar ou de adiar a morte? Nós, como nação, ficamos mais esguios e saudáveis para não ter de pensar no dia em que nosso corpo musculoso — em vez de estar "malhando" — estará retesado num caixão? Martinho Lutero disse a seus seguidores: "Mesmo no melhor de nossa saúde, devemos manter a morte sempre diante de nossos olhos, para que não fiquemos esperando permanecer eternamente nesta terra, mas tenhamos, por assim dizer, um pé flutuando no ar"."

Philip Yancey (Descobrindo Deus nos lugares mais inesperados)