Sigmund Freud
Mas nós não sabemos errar.
Desde cedo nossos pais projetam em nós seus desejos de que sejamos campeões!! Nos seguram para não cairmos ou cuidam dos nossos passos para não corrermos perigo. Colocam-nos na aula de piano, natação, inglês, querem que sejamos pessoas de sucesso!! Na verdade não há nada de errado com os sonhos dos nossos pais, eles só estavam desejando o melhor pra nós, queriam evitar que víssemos a parte tida como "ruim e feia" da vida. Queriam que fôssemos bons, os melhores!! pra não termos que lidar com a frustração dos "segundos lugares". A realidade é que a competitividade é imesmo inerente à ideologia liberal, o capitalismo nos coloca uns contra os outros e tendo em vista essa lógica cultural combinada com a realidade inegável da imperfeição humana, a frustração é inevitável, nunca seremos os melhores em tudo ou o tempo todo. Não há como ser protegido, uma hora ou outra entramos em contato com a realidade imperfeita de ser humano e se tivermos sido muito protegidos desta, a intensidade do confronto de realidades e crenças pode ser até fatal. Somos então criados pra acreditar que errar não é bom, que falhar é para os fracos e incompetentes, entre os cristãos nem se fala, um erro por menor que seja e "Deus o livre" já excomungamos até a última geração do "pecador" que falhou, não estou incentivando a prática daquilo que nos afasta de Deus, nem dizendo que é positivo isso, só estou refletindo sobre o padrão de impecabilidade irreal que nos é imposto por todos os lados, um padrão que faz mal e nos afasta da graça de Deus. Freud já havia pensado no aspecto positivo dos erros, afinal, ele acreditava que de erro em erro pode-se descobrir toda a verdade: A verdade sobre quem somos! Errar é humano, faz parte do processo de ser humano, errar revela quem nós somos e isso é uma das coisas mais importantes na vida, sabermos quem somos. Eu me lembro que quando era jovem eu pensava que eu era "demais", afnal eu achava que dava ótimos exemplos de uma "boa cristã" participava de trabalhos sociais, era líder de jovens, fazia "tudo certo", e ainda acreditava que eu estava protegida das mazelas humanas por causa da minha boa conduta. Não demorou muito para que todas essas crenças fossem abaladas pela realidade. Me lembro o que uma professora de Psicologia falou uma vez em sala de aula: "Afinal de contas você conhece alguém que é perfeito? Pois é, ninguém é perfeito, porque você acha que você conseguiriria ser?. De repente a gente enxerga e muitas vezes é quando erramos que uma espécie de espelho se coloca a nossa frente e nos mostra coisas em nós que não víamos antes, descobrimos que não somos nem de longe tão perfeitos assim, e assim temos a chance de escolher diferente, tomar consciência da verdade nos coloca diante da oportunidade de evolução, de transformação, de mudança interior, mental e espiritual verdadeiras. O mais difícil de tudo isso, é o se permitir... se permitir ser humano e falho, se perdoar por não estar sempre certo. Temos incutido em nós tanto medo de errar que nos angustiamos com qualquer sinal de fraqueza da nossa parte, experimentamos uma auto-punição dolorosa que nem Deus nos atribui... Não quero incentivar ninguém a se conformar com suas falhas e erros, mas a refletir que aprendendo a reconhecê-las de verdade você pode ser melhor. De erro em erro vai-se descobrindo toda a verdade. Um Abraço Sua Sempre
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